Nem tão doce...

Nossos pensamentos são as sombras de nossos sentimentos - sempre mais obscuros, mais vazios, mais simples que estes.

sábado, abril 27, 2013

Despedida



Você partiu e deixou pra tras apenas a lembrança e a saudade do seu cheiro, do sei calor, da sua barba. Até mesmo das tuas brincadeiras bobas. Por muito tempo a tua ausência preenchia todo o espaço e eu sofria amargamente cada segundo dela. Rolavam as lagrimas sempre que acordava e percebia a cama vazia, e me dava conta que você ali tinha sido apenas um sonho. Me fazia uma falta imensa até as brigas pelo controle remoto, até mesmo qualquer discussão banal. Mas hoje a coisa mais triste aconteceu. Eu notei que aquela dor tão intensa, que não me deixava respirar, já não se fazia presente. Apenas uma dormência tomava seu lugar. O silêncio e a falta que você deixou já não eram tão intimidadores, e percebi que o fim do amor é ainda mais triste que o nosso fim.

segunda-feira, maio 23, 2011

Final de temporada

Bem, queridos leitores. Faz muito tempo que não venho postar nada aqui. Sim, sou preguiçosa mesmo. Enfim, o que me motivou a postar foi que acabei de assistir os episódios 21 e 22 da sexta temporada de Supernatural. A série caiu de qualidade? Sim, um pouco. Mas ainda não consigo deixar de ver.
Bem, deixo aqui um desabafo. Nos episódios anteriores fiquei decepcionada e dividida ao ver o rumo que o Cass estava tomando.
Sentia que ele estava seguindo um caminho parecido com o do Luci e isso não poderia acabar bem. E o ultimo episódio confirmou minhas suspeitas.
Pra quem não assistiu, os próximos parágrafos contém spoilers sobre o final da sexta temporada e talvez sobre o começo da sétima.

Castiel virou a casaca. Pois é. O meu anjinho favorito não só entrou para o lado dos bad-boys, como passou a perna no Rei do inferno e se serviu sozinho do Purgatório. Não fosse apenas isso, a barreira na mente do Sam caiu, e o mesmo tem agora que conviver com as lembranças do inferno.
O Cass se declarou o mais poderoso ser vivente, depois de destruir Rafael, e proclamou a si mesmo o novo Deus. Além disso, deu um ultimato aos Winchesters. Adoração ou Aniquilação.
Agora nessa sétima temporada, que já foi confirmada pela WC, Dean e Sammy terão um novo oponente. Eu creio que eles terão que achar um jeito de destruir o Cass. O que é uma pena.
Suas armas já não funcionam, seus esconderijos não são mais seguros. - Spoiler

Agora, eu estou dividida. Como poderei torcer para que o Cass seja destruido, quando ainda quero pega-lo no colo e dormir abraçadinha? Não sei. Mas só sei que ele pode ser o oponente mais forte que S&D já enfrentaram. E ele ta foda.
Enfim, é isso. Comentem ou eu mando o Castiel atras de você.


terça-feira, abril 12, 2011

Coisas que eu nunca direi



Ao passageiro sombrio.


Bem, acho que é a primeira vez que tento estabelecer esse tipo de ligação com você. Mas eu queria começar essa carta pedindo desculpas. Sim, desculpas por todas as vezes que eu te reprimi. Por todas as vezes que eu senti vergonha por você, e todas as vezes que eu te silenciei.
Não foi justo. Eu reconheço. Mas certas situações teriam sido muito mais difíceis se eu tivesse te deixado falar, não é? Talvez não. Talvez tivesse liberado tudo o que eu o faço segurar, e tirasse esse peso do meu peito.
Sabe, há tantas coisas que eu adoraria poder dizer. Tantos gritos que eu queria dar, tantos sapos que eu não devia ter forçado sua garganta à baixo. Acho que é por isso, que tudo o que você é, ou pelo menos grande parte do que é, é por minha causa. Toda essa revolta e toda essa repulsa... Todo esse ódio acumulado. Se não fosse por mim você não estaria ficando cada vez mais forte.
Mas o que fazer?
Não sei mais quanto tempo poderei segura-lo. Poderei fingir que você não está ai. Não imagino quanto mais poderei fingir que não está sempre sussurrando ao meu ouvido, ou ignorar todos os gritos de dor e suas tentativas de rasgar a minha pele por dentro, de romper minha armadura, e libertar-se desse exterior sóbrio e contido que eu tento manter.
Eu não sei o que você é, mas sei que está ai. E sei que vez ou outra consegue tomar o controle. E é errado, mas quando você está dirigindo – quando está no comando – eu me sinto viva. Apesar de todo o mal estar que vem depois que você vai embora. Também sinto a excitação de estar totalmente errada.
Eu não queria lutar contra você. Sei que provavelmente nada mais poderia me amar e me aceitar como eu sou. Mas é preciso. Não posso entregar-te o controle. Apesar de toda vez que te silencio, eu sinta que algo dentro de mim morre um pouco. Ah, se eu pudesse render-me à você... Mas não posso. Ou acabaremos ambos mais presos do que nunca. Isolados, ameaçados e acuados.
Eu me libertaria da mascara de boa moça, mas é ela que me garante a liberdade de passar despercebida nesse mundo. A liberdade de ser igual, de ser comum.
Não que eu tenha algum apreço por isso. Eu só acho bem mais fácil ser assim. Mas você me conhece. Evito confrontos quando os julgo desnecessários. Não sou como você, que sempre sabe como nos defender. Sempre passiva. Sempre tentando manter a harmonia. Nunca fazendo nada que pudesse desequilibrar o ambiente e as pessoas com quem convivo.
Desculpe-me, mas esse é o papel que eu tenho que cumprir. E ele não deixa espaço para você.
Talvez algum dia... Algum dia...

Até lá, passageiro sombrio.